Neste exercício, apresentado como EXEMPLO 5.9 no livro de ANÁLISE ESTRUTURAL do autor Aslam Kassimali, vamos analisar a viga isostática abaixo e traçar os diagramas de momento fletor e esforço cortante.
Utilizaremos o método das seções para definir as equações que determinam os esforços em cada segmento da viga.
PROCEDIMENTO DE CÁLCULO: EXERCÍCIO ISOSTÁTICA
1º PASSO: VERIFICAR GRAU HIPERESTÁTICO
Para que sejam determinadas as reações de apoio, devemos verificar o grau hiperestático da estrutura em questão. Sendo:
número de reações de apoio (HA, VA e VB)
número de equações de equilíbrio
Rótula
Temos, portanto, que o número de incógnitas (reações de apoio) é igual ao número de reações de equilíbrio. A estrutura é ESTATICAMENTE DETERMINADA EXTERNAMENTE.
grau hiperestático
Além disso, podemos perceber que a estrutura é ESTATICAMENTE ESTÁVEL EXTERNAMENTE pois os apoios promovem reações capazes de dar estabilidade à estrutura.
2º PASSO: DETERMINAR AS REAÇÕES DE APOIO
Utilizaremos as três equações de equilíbrio para determinar as reações nos apoios:
Não há cargas horizontais, portanto, a reação horizontal no apoio é igual a zero.
Para definir o valor de VC, utilizaremos a condição de equilíbrio:
Rótula
Utilizando as forças à direita da seção:
Momento no ponto B
Se , então:
Falta definir o valor da reação de momento em A. Faremos:
Momento no ponto A
3º PASSO: DETERMINAR OS ESFORÇOS SOLICITANTES
Para determinar os esforços solicitantes (cortante e momento) ao longo da viga, devemos analisar cada segmento separadamente. Os trechos são definidos sempre que há mudanças no carregamento, reações de apoio e rótulas.
- SEÇÃO S1 (A – B):
Eq. cortante
Eq. momento fletor
Note que o esforço cortante se mantém constante ao logo do trecho A-B pois a única carga vertical à esquerda da seção S1 é a reação de apoio em A.
Em A, o apoio de 3º gênero (engaste) apresenta reação de momento fletor igual a 500 kN.m. Ao final do trecho A-B há uma rótula e, por consequência, o momento fletor é igual a 0 (zero).
- SEÇÃO S2 (B – C):
Eq. cortante
Eq. momento fletor
Conforme a seção S3 avança, de B para C, o esforço cortante recebe a adição contínua de carga (carga distribuída). Dessa forma, a variação de carga entre B e C será linear.
Por conta do carregamento uniformemente distribuído, a equação do momento fletor é uma equação de 2º grau. Portanto, no trecho B-C o gráfico se apresenta em forma de parábola.
- SEÇÃO S3 (C – D):
Eq. cortante
Eq. momento fletor
No ponto C, onde há um apoio e reação vertical igual a 250 kN, há uma descontinuidade no valor do esforço cortante. Ao final do trecho C-D, a cortante retorna a zero com a carga pontual.
Note que no trecho C-D não há mais a atuação de carga distribuída e a equação se torna de 1º grau. O gráfico, portanto, se comporta como tal.
4º PASSO: DESENHAR OS GRÁFICOS DE ESFORÇO CORTANTE E MOMENTO FLETOR
- ESFORÇO CORTANTE:
Para traçar o diagrama de esforço cortante basta ligar os pontos com os valores calculados anteriormente, devendo estar atento às descontinuidades provocadas por cargas pontuais e a forma como a carga distribuída se apresenta no gráfico.
Podemos, inclusive, calcular a distância onde a cortante tem valor igual a zero no trecho B-C através da sua equação:
Eq. cortante
A distância está em relação ao ponto A, portanto, o valor da cortante igual a zero está a 2,5m da rótula em B.
- MOMENTO FLETOR:
Como já calculamos os valores do momento fletor atuante em diferentes seções da viga, basta ligar os pontos e estar atento à forma como o gráfico se comporta.
O máximo valor positivo pode ser encontrado a partir da equação do momento fletor do trecho B-C utilizando o valor de x no qual cortante é igual a zero (onde a cortante cruza o eixo y, o momento fletor é máximo).
Eq. momento fletor
Para x = 12,5m:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
O exercício de viga isostática apresentado foi extraído do livro: