ESTIMATIVA DO DESENVOLVIMENTO DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO

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Seja para a validação do controle tecnológico do concreto, verificações de elementos estruturais em idades inferiores aos 28 dias ou para estimar o potencial que um traço experimental tem em atingir a resistência pretendida, é possível lançar mão de cálculo  matemático para estimar o desenvolvimento da resistência do concreto.

Sendo :

Onde:

s = 0,38 para concreto de cimento CPIII ou CPIV
s = 0,25 para concreto de cimento CPI ou CPII
s = 0,20 para concreto de cimento CPV – ARI

t = idade efetiva do concreto, em dias

FINALIDADES

AUXÍLIO NO CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

A utilização da estimativa do desenvolvimento da resistência do concreto pode desempenhar um papel crucial na antecipação e na tomada de medidas corretivas caso os resultados do controle tecnológico do concreto, como o rompimento de corpos de prova, sejam inferiores aos valores esperados em períodos específicos, como 3 e 7 dias.

Quando os resultados do controle tecnológico indicam que a resistência do concreto está abaixo do esperado em estágios iniciais, isso pode levantar preocupações quanto à qualidade da mistura ou aos processos de produção e cura. No entanto, em vez de esperar pelos resultados finais dos testes de resistência em períodos mais longos, as estimativas do desenvolvimento da resistência podem fornecer uma visão antecipada do desempenho futuro do concreto.

ESTIMAR RESULTADOS EM TRAÇO EXPERIMENTAL

A utilização de estimativas do desenvolvimento da resistência do concreto pode ser uma ferramenta valiosa na avaliação de traços experimentais.

Ao realizar experimentos com diferentes traços de concreto, é essencial ter uma maneira de avaliar o desempenho de cada mistura ao longo do tempo. Tradicionalmente, isso é feito através de testes de resistência à compressão, nos quais amostras de concreto são submetidas a cargas controladas para determinar sua resistência. No entanto, esses testes podem ser demorados e caros, especialmente se forem necessários muitos pontos de dados ao longo do tempo.

É aí que entra a estimativa do desenvolvimento da resistência do concreto. Essa abordagem envolve o uso de modelos matemáticos ou empíricos para prever como a resistência do concreto evoluirá com o tempo, com base em fatores como a composição do concreto, as condições de cura e o ambiente de exposição.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

O concreto é composto por diferentes tipos de materiais e seu comportamento não é tão previsível como o aço, por exemplo.

É importante ter em mente que, apesar dos valores fixos para as diferentes classificações de cimento, o material de cada fabricante pode se comportar de maneira diferente. Conhecer o cimento que se trabalha pode ajudar a estimar com mais precisão o desenvolvimento da resistência.

O consumo de cimento e relação A/C são fatores que vão influenciar no modo que a resistência se desenvolve, com ganhos mais expressivos ou menos expressivos.

PRECISÃO DA ESTIMATIVA MATEMÁTICA

“Certo, mas se tantos fatores podem influenciar no desenvolvimento da resistência do concreto, quão precisa a estimativa matemática pode ser?”. Em análise pessoal, através do controle tecnológico do concreto (quase sempre utilizando cimento CPV-ARI) e trabalhando diretamente com a dosagem do concreto (utilizando CP II, CPII e CP V-ARI) em laboratório, foi possível observar que na maioria dos casos os resultados obtidos na ruptura de corpo de prova apresentaram diferenças percentuais inferiores a 10% se comparado à estimativa matemática.

CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

É importante que em toda obra seja realizado o Controle Tecnológico do Concreto para ter a certeza de que o material utilizado na estrutura é, de fato, compatível com os valores especificados no projeto. Portanto, a estimativa do desenvolvimento da resistência através do cálculo matemático não substitui o ensaio de compressão de corpos de prova, mas pode ser útil em análises específicas.